domingo, 26 de junho de 2016

O Dízimo é para hoje? [FazendoDiscipulos]

COMO É O SUSTENTO NA IGREJA
0. Meus Comentários 
Para mim é muito tranquilo falar sobre este assunto, pois tenho um emprego "secular" e não dependo/recebo nenhum dinheiro advindo de provisões e ofertas.

Infelizmente, muitas vezes vejo irmãos falando sobre dízimos de duas óticas distintas. A primeira fala sobre dar dízimos, e de devorador, de receber em troca, etc e etc. Outros por outro lado, falam que estamos na graça, que não estamos debaixo da Lei e etc e etc... Este segundo está parcialmente correto.

O que acontece se falamos de Cristo e não falamos da Cruz? O que acontece se falamos da Cruz e não falamos de Cristo? O Evangelho do Reino tem estas duas lados Cristo e Cruz, não há como não falar das duas coisas. São os dois lados de uma mesma moeda. Para quem não entende isto completamente recomendo a leitura deste outro post.

Se falarmos da Cruz e não falarmos de Cristo é a mesma coisa que falar que não precisamos pagar Dízimos e não falar das provisões e ofertas para sustento da Igreja, e da prática de como era na Igreja do 1º Século (Igreja primitiva).

De início, nós discípulos, não temos mais nada aqui nesta terra. Porque já renunciamos tudo, nossa pátria é celestial, e já negamos a nós mesmos, já morremos para este mundo ou falando a mesma coisa de outra forma...

Lucas 14.33
33 Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo

Nós (discípulos de Jesus) também amamos aos outros, não um amorzinho encontrado na esquina. Amamos com um amor imenso.

João 13.34-35

34 Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.
35 Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.


Veja que é uma condição para ser discípulo de Cristo, renunciar a tudo e amar ao próximo do mesmo modo que Jesus nos amou!

Se nós já renunciamos a tudo que temos, então é claro que tudo é do Senhor, se nós amamos ao próximo como Jesus nos amou, então quer dizer que não podemos ser mesquinhos. Jesus deu sua própria vida. Esse é o amor de Jesus, dar sua própria vida pelos amigos.

Se você se sentiu incomodado com o que eu falei, realmente você ainda não é um discípulo de Jesus.  Se você tiver na dúvida se você é ou não discípulo, pode ver este post aqui.

Mas caso você é realmente um discípulo, então vai querer ler este "artigo" que nos ensina sobre o sustento da Igreja. Retirado originalmente do FazendoDiscipulos.



1. Introdução
Um dia faz declaração a outro dia, uma noite revela conhecimento a outra noite”. Sl 19.2 (SBB)
Todavia andemos de acordo com o que já alcançamos.” Fp 3.16 (SBB1)
Este ensino faz parte de todo conselho de Deus para a Igreja. Não podemos deixar de ensinar a verdade porque alguns se tem utilizado dela para lucrar. Coloquemos fora o complexo de mercenário.
Como até hoje acreditávamos que este sustento era obtido através dos dízimos, julgamos necessário fazer
um breve relato histórico do assunto nas Escrituras.


2. O Dízimo no Velho Testamento
A. Antes da Lei (Gn 14.18-20; 28.22 Hb 7.4-10)
Neste tempo não havia casa do tesouro, portanto, o dízimo não era para sustento de ninguém. 

Melquizedeque, rei de Salém, não precisava ser mantido, ainda assim Abraão lhe pagou o dízimo (exigência de Deus?). Jacó, seu neto, o imitou dizendo: “...de tudo quanto me concederes, certamente eu te darei o dízimo”. Isto soa com uma conotação de reconhecimento da soberania e autoridade de Deus. Uma manifestação de dependência e fé: “… para que aprendas a temer o Senhor teu Deus todos os dias.” (Dt 14.23).

Obs.: Todas as citações bíblica do Novo Testamento estão segundo a versão NVI. As exceções serão notadas.

B. Regulamentado na Lei (Lv 27.30-34; Nm 18.20-24)
Os dízimos eram santos ao Senhor e foi Ele quem determinou o seu uso, dando-os aos levitas. Ele era a herança das levitas e não deixou isso como poesia: concretizou essa herança, materializando-a nos dízimos (Nm 18.20 x24).

C. O Uso Discriminado (Dt 14.22-29)
a) Não obter lucro com os dízimos. Quando não era possível entregá-los, que se gastasse até com bebida forte, mas que não se utilizasse o que era de Deus para lucrar.

b) Cerca de terça parte dos dízimos (uma vez a cada três anos) era utilizado para socorrer o órfão, a viúva, o estrangeiro e o levita local.

D. Como Deus Tratava os Infiéis (Ml 1.6-2.9 x 3.6-12)
Neste texto, primeiramente Deus repreende e amaldiçoa os sacerdotes infiéis. Ainda assim exige que o povo traga todos os dízimos e ofertas à casa do tesouro, acusando de ladrões e amaldiçoando os que não o fazem. 

Os dízimos eram do Senhor e foi Ele quem os deu aos levitas. Deus nunca permitiu que o povo administrasse os dízimos, julgando se deviam ou não entregá-los, mesmo quando os sacerdotes eram infiéis. Isto era um problema de Deus. Ele tratava com o sacerdote infiel no seu ofício (Nm 18.23) e também com a nação infiel na entrega.


3. No Novo Testamento
A. Jesus Cristo
a) Nunca foi acusado de não entregar o dízimo
b) Nunca ensinou contra
c) Nunca ensinou a favor

A passagem de Mt. 23.23 tem sido utilizado para respaldar o dízimo no N.T. Este texto não constitui um ensino sobre o assunto e sim uma repreensão aos fariseus por serem extremamente exigentes e legalistas na entrega dos dízimos e tão negligentes no cumprimento dos princípios mais importantes da Lei: justiça, fé e misericórdia.

B. Os Apóstolos
Os apóstolos nunca ensinaram sobre os dízimos, mas ensinaram sobre a manutenção daqueles que vivem exclusivamente para a igreja e sobre o socorro aos necessitados. Como a assistência aos necessitados é um assunto sobre o qual não há dúvidas ou questionamentos, nos deteremos apenas no que diz respeito ao sustento dos que vivem em tempo integral para o serviço da igreja.

REFERÊNCIATEXTOCOMENTÁRIO
1Co 9.1-15Texto básico.
Vs. 1-2, 10,
11, 13
“…vocês são o selo do meu apostolado…”
“…os que trabalham no templo alimentam-se das coisas do templo…”
“Se entre vocês semeamos coisas espirituais, seria demais colhermos de vocês coisas materiais?”
Princípio espiritual
inquestionável:
troca de benefícios.
Vs. 3-10“Não temos nós o direito de comer e beber?” “… quem planta uma vinha e não come do seu fruto?”Princípio natural:
quem planta colhe.
Vs. 12 e 15“Se outros têm o direito de serem sustentados por vocês, não o temos nós ainda mais?”Direito.
Vs. 14“Da mesma forma o Senhor ordenou àqueles que pregam o evangelho que vivam do evangelho.”Uma ordem do
Senhor Jesus.
Gl 6.6
Rm 15.27
“O que está sendo instruído na palavra partilhe todas as coisas boas com quem o instrui.”Honra, gratidão,
reconhecimento e dever.
1Ts 2.7
2Ts 3.9
“Embora pudéssemos como enviados de Cristo, exigir de vós a nossa manutenção…” (SBB).Exigência e direito.
1Tm 5.17-18;
Mt 10.10;
Lc 10.7
“… o trabalhador merece o seu salário.”Salário, pagamento.

Estes textos não apenas deixam claro a prática apostólica como também os princípios que a regiam.

Alguns desavisados têm argumentado que Paulo não se utilizava deste expediente, ao contrário, trabalhava “com as próprias mãos”. Averigüemos a verdade bíblica:

a) Paulo não exigiu sua manutenção das igrejas de Corinto e Tessalônica por razões bem claras:
  • Corinto – Paulo queria estabelecer uma distinção muito clara entre ele, verdadeiro apóstolo (1Co 3.6-10; 4.14-16; 9.1-2; 2Co 3.1-3; 11.1-3), pregando o evangelho gratuitamente (2Co 11.7) e alguns ditos apóstolos que eram mantidos pelos coríntios e a quem Paulo chama de “obreiros fraudulentos” (2Co 11.10-15). Esta intenção fica clara em 2Co 11.12 “… cortar ocasião…”, ainda que para isso tivesse de passar privações (2Co 11.7-9).
  •  Tessalônica – que fossem laboriosos, trabalhadores e não ficassem ociosos e se intrometendo na vida alheia, sendo pesados a outros (2Ts 3.6-12). Paulo era o único que poderia ficar sem trabalhar e exigir o seu sustento e, contudo, não o fez.
b) Vale destacar que durante o tempo em que esteve nestas duas cidades Paulo foi sustentado por outras igrejas:
  • Corinto – 2 Co 11.7-9.
  • Tessalônica – Fp 4.15-16.
  • As igrejas de Corinto e Tessalônica estavam sendo beneficiadas pelo ministério de Paulo. Contudo, para vergonha deles e por causa de deficiências na vida destas igrejas, ele era mantido por outras cidades.
c) Algumas vezes Paulo teve que providenciar seu próprio sustento porque estava envolvido em trabalhos pioneiros, na formação de novas igrejas – estava lavrando com esperança (1Co 9.10). Isto aconteceu, por exemplo, no início da igreja em Éfeso (At 20.33-35). Em Jerusalém não havia este problema: a vinha já dava fruto e o rebanho já produzia leite e lã (1Co 9.4-11).

d) Paulo não vivia de “fazer tendas”. Isto era algo esporádico, quando a situação exigia.

e) Em 1Co 9.4-6, fica claro que todos os apóstolos e até alguns que não eram apóstolos, como os irmãos do Senhor, eram mantidos pela igreja

f) Paulo não tinha esposa e filhos, respondia apenas por si, podendo aceitar as dificuldades que surgissem, sozinho.

g) Em Fp 4.17-19, Paulo expõe um princípio bíblico de que Deus abençoa ao que é generoso (aqui ele não está falando de auxilio aos pobres, mas do sustento aos que servem bens espirituais). E coloca isso em termos comerciais – uma troca: quem o supriu seria abençoado por Deus – e como uma verdadeira oferta a Deus e não aos homens (observações na NVI e da Bíblia Vida Nova). Seria Paulo um mercenário ou um que busca seus próprios interesses? Leia: 2Co 1.12; 4.2-5;6.4-10; 12.14-18; 1Ts 2.1-6; 1Tm 6.3-10.


4. Outras Considerações
Tanto bíblica como historicamente não há qualquer referência a um percentual ou valor preestabelecido que fosse exigido das igrejas. O que transparece é um princípio de honra, reconhecimento e troca de benefícios, onde cada um dá conforme proponha no seu coração. Não é um improviso na hora de dar, como se fosse uma esmola, mas um valor prédeterminado, pensado e meditado diante de Deus, em oração.

Para evitar o improviso e o descontrole, este valor deve ser estipulado em termos percentuais sobre a renda de cada um.

Quem entende que é beneficiado dará com liberalidade.

Quem está aqui “passando o tempo” e acha que aqueles que vivem integralmente para o serviço da igreja, nada mais fazem que o seu dever, serão medíocres na sua contribuição.

Sendo Jesus nosso único ponto de referência e a palavra apostólica a nossa única fonte de informação, não há porque ainda utilizarmos os dízimos. Contudo, resta uma pergunta: se o dízimo era algo tão importante e até sagrado no V.T., desde antes da lei, porque Jesus e os apóstolos não ensinaram nada
a respeito?

No N.T. Deus já não precisa estabelecer um percentual para a contribuição de seu povo porque estamos debaixo de um outro princípio espiritual. Considere o quadro abaixo:

Velha AliançaNova Aliança
Deus precisou fazer uma marca na carne do homem para mostrar a sua aliança com ele (Gn 17.10).Deus nos marca no coração, em nosso espírito (Rm 8.8-9; Ef 2.11-15; Fp 3.3; Cl 2.11).
Deus deu a Lei escrita em tábuas de pedra. (Ex 31.18).Deus grava a sua Lei em nossos corações (Hb 10.16).
Deus estabelece um percentual da renda de todo homem para Lhe ser devolvido, a fim de lembrar ao homem que tudo quanto ele tem procede d’Ele (Gn 28.22; Dt 14.23).Deus nos deixa livres porque já não precisa de nenhum artifício exterior para nos lembrar que somos seus filhos.
Ele nos deu do seu próprio Espírito Santo e, nessa posição, não apenas nossos bens são d’Ele mas nós mesmos Lhe pertencemos, porque não apenas nos comprou como também nos deu vida. Nos gerou pelo Espírito Santo (Rm 8.12-17; Tg 1.18; 1Pe 1.23)
Aqui fala de uma nação terrena com promessas e esperanças terrenas (At 1.6).Aqui de uma nação espiritual, celestial, com promessas e esperanças eternas. Fala a herdeiros de Deus e coherdeiros com Cristo (Fp 3.20-21; 1Jo 3.1-2)

Quão Superior é a Nova Aliança do que a Velha Aliança!

Por isso, prestando atenção ao Sermão do Monte, veremos como Jesus estabelece uma comparação entre o mandamento de Moisés (a Lei) e o seu próprio mandamento (a Graça e a Verdade)

“Pois a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por intermédio de Jesus Cristo” (Jo 1.17). Fica notória a superioridade da exigência de Jesus. As exigências da Nova Aliança são tão superiores às da Velha Aliança quanto são superiores os benefícios e as promessas (Gl 3.19; Hb 7.18-19; 8.13; 11.39-40; 1Pe 1.10-12).

Justiça da LeiJesus Cristo
Proibia-se o homicídioMateus 5.21-23Proíbe-se a ira
Proibia-se o adultérioMateus 5.27-28Proíbe-se o olhar impuro
Exigia o amor ao próximo e permitia-se o ódio ao inimigo.Mateus 5.43-44Exige-se o amor ao inimigo e a oração pelos que perseguem
Exigia-se o dízimo (Ml 3.8).Exige-se a vida e tudo quanto se tem (Lc 14.25-33).


5. Conclusão
Deste modo, Deus já não nos exige um percentual – Ele nos exige a nós mesmo com tudo que somos e temos. Ele não nos dá uma Lei, nos dá uma vida. O que nos move já não é um mandamento, mas a vida e o sentimento de Cristo que é produzido em nós pelo Espírito Santo.

Ora, se daqueles que viviam debaixo da lei se exigia 10 por cento, quanto se deve esperar daqueles que receberam a abundância de vida? (Jo 10.10; Rm 5.17; Hb 3.14; 2Pe 1.3-4).

Se na Velha Aliança Deus acusava de ladrão aquele que não entregava os dízimos e as ofertas (e estas não tinham percentual), como Ele tratará os que se omitem na Nova Aliança?

Na história da Igreja muitas vezes o dízimo tem sido questionado por fazer parte da Velha Aliança. E, por isso, algumas denominações e grupos cancelaram a prática do dízimo.

Mas cuidado: muitos abandonaram a Velha Aliança, não para entrar na Nova, mas para justificar o roubo ao que é de Deus. Deixaram de dar o dízimo mas não passaram a dar conforme a igreja no N.T.
[Outras pessoas também querem justificar a não sustentar a Igreja, porque existe pastores que enriquecem com isso. Mas quero lembrar que para nós parece injusto, mas isso não quer que seja injusto para Deus. 
Também não concordo com enriquecimento de Pastores, acho que um Pastor rico é totalmente diferente do que Jesus ensinou. Mas imposto de renda é justo? Trabalhar 1/3 do ano para pagar imposto e ter saúde, educação, lazer e segurança precária é justo? Claro que não! E aí? Vamos todos sonegar agora? Porque aos nossos olhos é injusto, mas para Jesus não! Dê a César o que é de César! 
Se teu pastor enriquece às custas das ofertas, que é para sustento da Igreja, então meu amado, procure outra cobertura! Mas não use isto como desculpa para não ofertar, repartir seus bens com a Igreja!]
É estranho que alguém seja contrário ao dízimo, afirmando que isto seja da Velha Aliança e queira dar menos que 10%, quando os irmãos no N.T. (Nova Aliança) davam muito mais. Se alguém quer se basear na bíblia para não dar o dízimo, porque não dar muito mais que o dízimo como está na bíblia?

Por tudo isso cremos que a igreja deve, em muito, ultrapassar os dízimos em suas contribuições

“Porque vos digo que se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus – RELIGIOSOS – jamais entrareis no reino dos céus” (Mt 5.20).


6. Resumo : O DÍZIMO É PARA HOJE?
1. Na Velha Aliança (Nm 18.20-24, Ml 3.6-12)
  • Os levitas não tinham herança.
  • Deus lhes deu os Seus dízimos.
  • Quem não entregava o dízimo e as ofertas Deus chamava de ladrão.
2. Na Nova Aliança (1Co 9.1-15; Gl 6.6)
  • Nem Jesus nem os apóstolos ensinaram sobre os dízimos.
  • Mas, o N.T. fala claramente do sustento de necessitados e de obreiros de tempo integral.
  • A Igreja dava em grande abundância, muito mais que na lei.
3. Conclusão
  • Não existe referência a valor estipulado, não há mais percentual.
  • A Nova Aliança é em tudo superior a Velha Aliança.
  • Se daquele que vivia sob a lei se exigia 10 %, o que se espera daquele que é participante de Cristo?
4. Então qual é a prática?
  •  Identifique-se com a igreja do início, com o mover de Deus na Nova Aliança, enchendo-se de generosidade e dando conforme o Espírito Santo coloca no seu coração. Busque revelação e desenvolva sua convicção no Senhor.
  • Com seriedade e em oração, estabeleça um percentual do seu ganho para as suas contribuições regulares. Isto deve ser feito tanto para a bolsa de provisões como para as ofertas.
  • Aconselhe-se com seu discipulador e/ou líder.
  • Esteja em acordo com seu cônjuge.

Fonte Original: Aqui [pdf] http://www.fazendodiscipulos.com.br/

As características de um Discípulo

AS CINCO CARACTERÍSTICAS DE UM DISCÍPULO (Mário Roberto Fagundes)

Introdução
Existe muita mescla na Igreja hoje. O Propósito de Deus está equivocado, a Doutrina não é levada a prática, o Evangelho que é pregado não é o mesmo que Jesus pregou. A Igreja está atrás de novidades como os Atenienses (At 17.19-21), deixaram de ser nobres como os de Beréia (At 17.10-11).
Porque a Igreja está assim?
1.     Porque perdeu o seu referencial – Jesus.
2.     Porque perdeu a sua fonte de informação – A Palavra Apostólica.
3.     Erramos por não conhecer o Poder de Deus  e nem as Escrituras (Mt 22.29)
4.     O Apóstolo falou de dois perigos (At 20.28-30)
Como sair desta mescla?
Qual é a diferença entre o Joio e o Trigo, entre um religioso e um discípulo. Ex. Um Chinês e um Japonês. Só poderemos sair desta mescla conhecendo bem as características de um discípulo.
Portanto, vejamos nas Escrituras quais são as características de um discípulo:

Características de Um Discípulo

1ª. Ama a Jesus mais do que a todos — Lc 14.25-27
  1.  Jesus não admite o segundo lugar – Lc 9.61-62
  2. Quem não o ama acima dos outros e da sua própria vida é porque não o conhece – Hb 11.32-38.
  3. Aqui o Senhor está requerendo os nossos sentimentos. Não existem sentimentos mais fortes do que os laços familiares.
2ª. Renuncia a tudo quanto tem — Lc 14.33
  1. Jesus não admite apego a nada – Mt 6.19-21, 6.24-25
  2.  Ex. Mt 13.44, 13.45 , O Jovem rico – Lc 18.18-21.
  3.  A diferença entre os primeiros cristãos e nós – 2 Co 8.1-4.
  4.  Você renunciou a tudo. Aqui o Senhor está querendo os nossos bens.
3ª. Pratíca a Palavra de Cristo — Jo 8.31
  1. Hoje a Igreja dá mais ênfase no saber do que no fazer. Alguns pensam que o fato de saber dá a garantia de ter na vida o que sabe. Jesus nos adverte quanto a isto – Mt 7.15-23, 24-27.
  2. Ele nos deu uma ordem – Mt 28.18-20
  3. O problema é que hoje a Igreja tem necessidade de modelos, exemplos para o rebanho – 1Pe 5.1-3, Hb 13.7.
  4. Quantos podem dizer como Paulo – 1Co 11.1 – Sede meus imitadores.
  5.  Jesus fez e ensinou – At 1.1.
  6. Mandou fazer e ensinar – Mt 5.19. Como estamos nós? Fazendo e ensinando?
  7. Como tem sido o teu relacionamento com o Senhor? Como tem sido o teu relacionamento familiar? Como tem sido o teu amor ao próximo?
  8. Você permanece na Palavra de Cristo. Aqui o Senhor quer a tua vontade.
4ª. Ama o próximo como Jesus amou — Jo 13.34-35.
  1. O serviço é o amor em ação – At 10.38. Em nossa sociedade hoje quem é o focal point de fazer o bem? Os espíritas, os católicos. Sabe porque? Por causa da motivação. 1) Os espiritas – purificação. 2) Os católicos – Justiça própria.
  2. E os evangélicos? Não fazem boas obras em reação aos católicos, porque a salvação é pela graça mediante a fé. Só que esquecem de ler o texto todo: Somos feitura dele para boas obras.
  3. Vamos ler alguns textos: Mt 5.16; Tt 2.7,14-15,3.1-2, 8, 14; Ef 2.10; Tg 2.14-26. Eu tenho uma boa notícia: “A bíblia fala bem das boas obras”.
  4. Todos os que se aproximarem de nós tem que serem alvos do nosso amor: “Tem que sair dizendo : Fui amado”. Ex. Parábola do Samaritano.
  5. Ex. A pequena na ilha, o meu prédio.
  6. Você tem amado o teu próximo. Aqui o Senhor quer o teu serviço.
5ª. Dá muito fruto — Jo 15.8
  1. A Igreja hoje está atrofiada, pois não reconhece o sacerdócio de todos os santos – At 1.8; 1Pe 2.9.
  2. Hoje temos uma visão míope do corpo – 1Co 12.12-25
  3. Nós temos que levar todos os santos a frutificarem e este fruto é a multiplicação da vida de Cristo. Ex. Parábola dos talentos, Parábola do semeador. Gl 5.22 comparado com Jo 15.16
  4. Eu não quero ouvir Jesus dizer:
    a.     Mt 21.18-19 – Nunca mais nasça fruto de tí.
    b.     Lc 13.6-9 – Porque ocupas a terra inútilmente.
    c.      Jo 15.1-2 – Corta e lança no fogo.
  5. Você tem frutificado para o Senhor? Aqui o Senhor quer o teu serviço na obra.

CONCLUSÃO:

Eu sei bem o que é um discípulo?
Eu sou um discípulo?
Estou fazendo discípulos?
Mário Roberto Fagundes

sábado, 18 de junho de 2016

Porque não construímos nem usamos templos?

 A VELHA E A NOVA ALIANÇA


  1. Cremos que não apenas temos que ter a bíblia como nossa base de fé, mas também precisamos fazer diferença entre as duas alianças.
  2. Se fôssemos praticar tudo o que ensina o Velho Testamento estaríamos em grande confusão. Teríamos que sacrificar animais, guardar o sábado, apedrejar adúlteros e outras coisas mais. Então nossa regra de fé é baseada no NT, muito mais que no VT.
  3. E precisamos entender quais coisas mudaram com a nova aliança.

ONDE COMEÇA A NOVA ALIANÇA?

  1. Começa quando Jesus a propõe na última ceia. Ali ela é virtualmente instaurada. Entra em vigor com sua morte, ressurreição, ascensão e com a descida do Espírito Santo.
  2. Ou seja: Jesus viveu no período onde a velha aliança era vigente. Por isso ele chamou o templo de Jerusalém de "casa de meu pai" (Lc 2.49).
  3. Jesus era judeu e viveu como tal, obedecendo toda a lei de Moisés.
  4. Se o fato de que Jesus referendou o templo judaico fosse uma prova de que deveríamos ter templos ainda hoje, então também teríamos que praticar a circuncisão, pois Jesus foi circuncidado (Lc 2.21).
  5. Então. Jesus referendou o templo como casa de seu Pai, porque ele era judeu e viveu no tempo e contexto da velha aliança.
  6. Em conversa com a mulher samaritana ele disse que haveria uma mudança radical quanto ao lugar de culto. A mulher perguntou onde era o lugar certo para adoração (Jo 4.19). Jesus respondeu que esta questão de lugar para adoração estava para mudar. Disse que não seria mais uma questão de local, mas de atitude espiritual (Jo 4.21-24).

COMO FOI A PRÁTICA DA IGREJA LOGO APÓS O PENTECOSTES? EM JERUSALÉM

  1. EM JERUSALÉM At 2.46; 5.42 – No templo e de casa em casa.
  • Aqui o Espírito Santo começa a dirigir a igreja a reunir-se nas casas. Ali poderia haver maior comunhão, entrelaçamento de vidas, ambiente informal mais propício ao evangelismo, etc.
  • Eles também iam diariamente ao templo. Mas em que parte do templo? Aquele templo não era como os templos modernos com bancos voltados para um púlpito. O templo judeu tinha o “Santo dos Santos”, onde somente o sumo sacerdote podia entrar, o “Lugar Santo”, onde entravam os demais sacerdotes, e o Átrio onde o povo podia entrar. Mas este átrio era exclusivo para o uso dos costumes judaicos. A igreja não se reunia ali. Onde então eles se encontravam? No pórtico de Salomão (At 5.12). Era um lugar público onde as pessoas podiam passear (Jo 10.23), e acorriam (At 3.11). Não era um lugar para o culto judaico. Era onde os cambistas vendiam os animais e Jesus derrubou as suas mesas. Ali, neste lugar público, a igreja costumava encontrar-se. Os apóstolos haviam visto o exemplo de Jesus que durante seus três anos de ministério esteve sempre onde o povo estava e não em lugares fechados.
  • Vemos, portanto, que a igreja em Jerusalém nunca usou um templo nos moldes como a igreja o faz nos dias de hoje. Nunca viu um lugar assim, não sentiu necessidade, nem sequer o imaginou. Impactaram Jerusalém sem comprar um único tijolo.

Resumindo: Eles se reuniam nas casas e em um lugar público chamado “Pórtico de Salomão”.

  2.  NO MUNDO GENTIO (depois que a igreja se espalhou por vários países).
  • Nunca mais se houve falar em templos. Importante: nunca mais! Não há um só texto, uma única referencia, nem a construir, nem a comprar templos. Leia Atos e as cartas. Não se fala mais em templos.
  • Eles se reúnam basicamente nas casas (Rm 16.5, 10, 11; 1Co 16.15, 19; Fp 4.22, Cl 4.15; Fm 1.2)
  • Os apóstolos entenderam que era hora de aplicar a verdade completa que já estava anunciada no VT. At 7.48; 17.24
  • Não é de estranhar que nós demos muita importância àquilo que os apóstolos nunca deram? Eles nunca falaram. Nunca construíram. Nunca usaram. Nunca se preocuparam com isto! Porque nós nos preocupamos com algo que não existia na vida da igreja primeira que foi modelo para todas as gerações que viriam depois?

DE ONDE SURGIRAM OS TEMPLOS?

  1. Por séculos a igreja seguiu crescendo e se edificando sem nem mesmo pensar em construir templos.
  2. No terceiro século, quando o Imperador Constantino decretou o cristianismo como religião oficial do estado romano e batizou todo o seu exército à força, a igreja deixou de ser um lugar de novo nascimento para os arrependidos e sedentos pela vida eterna, para ser uma religião formal, estatal, obrigatória e sem vida espiritual. Começou aí uma grande decadência, uma série de invenções e distorções humanas que afastaram a igreja do ensino de Jesus e dos apóstolos.
  3. Uma dessas invenções foi o uso do templo. Era uma imitação do judaísmo e das religiões pagãs que tinham seus templos e lugares santos. Faz parte dos desvios da igreja que foram muitos.
  4. Por ocasião da reforma, muitas coisas da fé antiga foram recuperadas. As principais delas foram a justificação pela fé (Lutero) e a santificação dos que foram chamados (puritanos, anabatistas, metodistas, etc.). Entretanto esta herança católica do uso dos templos nunca foi avaliada pela reforma.
  5. Há ainda outros aspectos que nunca foram recuperados. Por séculos, a igreja ainda tem vivido à parte de verdades tais como: Evangelho do Reino (Mt 4.17, 23; 9.35; 24.14; Lc 4.43; 8.1; 16.16; At 8.12;19.8: 20.25); O corpo crescendo por meio das juntas e ligamentos (Ef 4.15-16; Cl 2.19); a pluralidade de ministérios (1Co 12.28; Ef 4.11); o que é um verdadeiro discípulo – seguidor – de Cristo (Lc 14.26, 27, 33; Jo 8.31; 13.34-35; 15.8) e muitas outras coisas mais.
  6. Nós não somos seguidores da reforma, e muito menos do atual contexto evangélico decadente e imiscuído. Queremos seguir a Jesus e seus primeiros apóstolos. O que eles fizeram, queremos crer e fazer. O que eles não fizeram não queremos fazer, ainda que a igreja inteira o faça. Eles não usaram templos. Nós também não vamos usar.

PORQUE O ESPÍRITO SANTO CONDUZIU A IGREJA ÀS CASAS E NÃO AOS TEMPLOS?

  1. Porque Deus não habita em templos feitos por mãos humanas.
  2. Porque Deus revelou que não há mais um lugar de adoração.
  3. Porque Deus quer verdadeiro amos entre seus filhos. Os templos são impessoais. As pessoas se reúnem ali e depois vão embora para suas casas sem participarem da vida uns dos outros. Ninguém sabe como os outros estão vivendo, seus problemas, aflições, necessidades. Não há serviço de uns para com os outros, oração, amparo, socorro aos necessitados. Cada um se encontra naquele lugar, tem momentos de vida muito “espiritual” e logo voltam para suas casas e vidinha independente. É cada um por si. Quando a igreja se reúne nas casas, os grupos são obrigatoriamente pequenos. Portanto há verdadeira comunhão, conhecimento, participação, mutua dependência, socorro, ensino para cada situação particular e dezenas de outras coisas mais.
  4. Porque nos templos ninguém conhece como é a vida de cada um. É fácil demais ser espiritual ali. Mas ninguém sabe como está cada um, com sua esposa, seus filhos, seus pais. Desenvolve-se uma vida espiritual de fachada. Os templos trazem a vida de fé para fora da realidade diária das pessoas. Geram uma dicotomia entre a vida espiritual e domingueira e a vida diária e secular. Cooperam com a formação de “fariseus”. Ao reunirmos nas casas estamos casando o dia a dia com o culto a Deus, a vida real com a espiritual. Reunir nas casas coopera com a autenticidade.
  5. Porque os templos são formais e frios. As casas são aconchegantes, lugar normal da vida, lugar onde Deus abençoa todos os dias e não apenas na reunião.
  6. Os templos exigem um gasto irracional. Não sobram recursos para ajudar aos necessitados (como vemos em Atos). As casas, por outro lado, já estão construídas. Já têm banheiro, lugar para deixar um bebê dormindo, cadeiras, sofás, água para todos, etc. Os recursos podem então ser canalizados para necessidades reais e justa.

Marcos Moraes.