sábado, 6 de agosto de 2016

Como frutificar dentro do propósito eterno



Jo. 4:35; 15:2; 15:8,16.

Temos que fazer uma pergunta muito importante: porque os irmãos do novo testamento colhiam mais frutos que nós?

Temos buscado a cada dia ministrar o mesmo evangelho que a igreja primeira, que é o evangelho do reino, mas os frutos desta multiplicação não tem sido o mesmo.

Sabemos que o crescimento da igreja em Jerusalém é diferente das igrejas gentílicas, mas mesmo o crescimento paulatino destas igrejas está bem acima da nossa experiência de crescimento. É claro que o assunto é vasto, mas quero abordar algumas coisas que têm sido importante para nós:
  1. Há uma grande diferença entre estar com a igreja nas ruas (pórticos) e ser igreja nas ruas (mobilizado no dia a dia, onde cada discípulo estiver). Podemos mobilizar os irmãos a estarem nos pórticos, e eles irão, pois são sujeitos, mas a pergunta é: eles irão por ser uma programação da igreja ou porque isto flui de um coração mobilizado pelo senhor para frutificação? Este questionamento tem sido muito importante, pois, tanto aqui em Ji-Paraná bem como em outros lugares, mesmo vendo a prática de estarem nos pórticos com a igreja, não há uma expressão clara de crescimento (quantidade). Isto porque os irmãos ainda não compreenderam bem aquele aspecto que abordei na primeira palavra, ou seja, o aspecto da frutificação dentro do propósito eterno de Deus como algo absoluto e não relativo.
    Quero afirmar com toda convicção do meu coração que: Frutificação não é fruto de uma programação, mais sim, parte inerente da vida cristã.
  2. Mobilizar as duplas de companheirismo para este serviço. Como digo isto, se cremos que essas duplas devem desenvolver bem este serviço? Porque infelizmente se formos supervisioná-las analisando a frutificação das mesmas, verificaremos que na maioria das vezes isto não está acontecendo. (rever objetivos do companheirismo).

Estratégia de mobilização

Deus tem nos mostrado parte da estratégia de mobilização dos primeiros irmãos.

Uma palavra que foi muito importante entender o significado está em:
At 11.14. “O qual te dirá palavras com que te salves, tu e toda a tua casa.”.

Temos que fazer uma pergunta. Qual tem sido nosso conceito sobre casa? Normalmente os conceitos são:
  1. Quando solteiro = Eu, meu pai, minha mãe, meus irmãos.
  2. Quando casado = Eu, minha esposa e meus filhos.
  3. Pensamento e ensinamento de muitos pastores:
    1. Deus prometeu que vai salvar toda sua família, Ele é obrigado a cumprir isto, é só você crer.
    2. A salvação é individual, por isto este texto específico é para Cornélio. Não podemos fazer deste texto base para ensinarmos isto aos irmãos.
Quando nós analisamos esta expressão no original, nossos abriram-se grandemente para uma mobilização prática, descomplicada, funcional e com muitos resultados. A palavra usada para casano original é OIKOS.
É um termo bem amplo que significa não somente os seus parentes, mas toda rede de relacionamento: povo, familiares, amigos – atuais e que virão, nação, reino, lugar onde moram, etc.

Mt 10:6; 15:24 … as ovelhas perdidas da oikos (casa) de Israel.
Mc 3:20; E foram para uma oikos (casa), e ajuntou outra vez ...
Lc 2:4; … e sendo Ele da oikos (casa) e Davi.
Lc 15:6; E chegando a oikos (casa), convoca os amigos e vizinhos....
At 7:10; … constituiu governador sobre o Egito e toda sua oikos (casa).
Para os irmãos do novo testamento este entendimento era muito claro, pois em várias situações eles usaram este expediente para ganhar muitas outras vidas para o reino de Deus. Ex:
  • Cornélio e sua cas- At 10.24. Nesta situação, quando Pedro chega, Cornélio já havia convidado os seus parentes e amigos mais íntimos e, como consequência disto, constatamos no cap. 10 v. 44-47 que não somente
Cornélio creu no Senhor e recebeu o Espírito Santo, mas também todos aqueles que ele tinha convidado para este encontro. A estratégia neste caso foi que Cornélio (contato) não estava só, apesar de só ele ter tido uma revelação do Senhor, mas tinha convidado também o seu ‘oikos’.
  • Lídia e sua casa - At 16:13-15. A princípio era um ‘contato’ de uma mulher vendedora de púrpura que servia a Deus, todavia, abriu o coração para aquilo que Paulo dizia e ela também não ficou só nesta situação, envolveu todo o seu ‘oikos… e foi batizada juntamente com os da sua casa (oikos).
  • O carcereiro – At. 16:27-40. Nesta situação também vemos claramente esta estratégia sendo usada. O carcereiro crê, recebe uma palavra que será salvo tu e teu ‘oikos’ (casa), Paulo vai até a sua casa, prega para
ele e para os seus e, todos são batizados. Aleluia!
  • Crispo e os da sua casa — At. 18:8. Mais uma vez nesta situação enxergamos a mão de Deus, ganhando, trazendo muitos para o Seu Filho, através dos relacionamentos naturais.

Deus quer nos ensinar a pescar com tarrafas e redes. Durante muitos anos nos contentamos a pescar com anzol, peixe por peixe e, talvez por isto, a igreja tem tido poucas experiências no tocante a muitos filhos para a ‘gloria de Deus Pai’.

Há algum tempo temos aprendido sobre a necessidade de nos tornarmos amigos antes de nos tornarmos irmãos e isto tem sido uma verdade, o problema é que aqueles que se convertem deixam as amizades naturais para formarem novas amizades, batendo de casa em casa, deixando assim de bater na casa dos parentes, dos amigos, dos vizinhos, etc., e por abandonar estes relacionamentos, quando ficam sabendo muitos deles já fazem parte de alguma denominação. O que faltou aí? Uma visão clara de que quando Deus nos ganha para o Seu Filho, Ele olha para todos os nossos relacionamentos, nos vendo como fonte nas suas mãos para alcançar o nosso ‘oikos’.

É evidente que quando você fala de Jesus para alguém que te conhece a receptividade e a credibilidade é muito grande, pois junto com a amizade a pessoa vê toda a obra de transformação na sua vida, porquanto te conheceu antes de você ter Jesus como seu Senhor.

Dentro deste entendimento Deus tem nos dado várias experiências fascinantes onde a igreja em Ji-Paraná dobrou o número de discípulos em um ano e, o mesmo está acontecendo no segundo ano, e com um detalhe, famílias inteiras se rendendo ao Senhor. Filhos, pais, irmãos, tios, primos, entre outros.

Existe um sofisma entre o povo de Deus: ‘que um profeta não tem honra em sua casa’ – Lc 4.24-30, mas o entendimento deste texto está errado, pois, se fosse assim, os familiares de Jesus não teriam sido discípulos: Tiago, irmão de Jesus, seu pai, sua mãe. O ensinamento que Jesus estava trazendo era que o povo de Israel não valorizava os seus profetas, estavam rejeitando a Ele assim como tinham rejeitado aos que O antecederam.

Outra fonte de benção tem sido o estimular as pessoas que se convertem a nascerem com a boca aberta para testemunhar. Graças a Deus a frutificação tornou-se parte da vida do discípulo. Não é só para alguns ou quando vamos às praças, ou de casa em casa, mas sim em todo o seu cotidiano há uma preocupação não somente de ser santo e viver como família, mas também a de frutificar.

Em João 4:28-30,38 Deus tem nos inspirado a ver a experiência desta mulher. Tão logo se converteu foi proclamar para os seus contatos naturais. O interessante é que a Bíblia diz que ela testificou para aqueles homens tudo quanto Jesus lhe tinha feito. Sabe por que foi para aqueles homens? Porque era uma adúltera; eles eram seu relacionamento natural. (Cabe lembrar que ela os levou até Jesus) e muitos daquela cidade creram pelo testemunho daquela mulher. Ao olhar para esta mulher Jesus também via toda cidade, pois para Ele basta alguém se dispor a Ele e Ele o usará para atingir muitos outros para a glória de Deus Pai.

Temos que mobilizar toda igreja a investir com oração, jejum e proclamação para o seu ‘oikos’, pois assim experimentaremos o crescimento que procede de Deus vindo na mesma intensidade que a santidade e a unidade. Temos que crer no caráter daquele que ordena: ‘IDE’.

É necessário envolver todos os irmãos da igreja na casa, ensinando que os contatos são contatos do grupo e não individualmente, de quem está proclamando. Este contato tem que ser alvo do nosso amor, oração e jejum, pois o dia em que ele for trazido para o encontro irá encontrar um ambiente onde ele é conhecido e poderá ver todo o nosso amor por sua vida, pois toda nossa expressão é fruto de um sentimento gerado quando estávamos orando por ele.

Temos feito do batismo em Cristo um momento especial onde procuramos envolver todos os familiares e amigos da pessoa e usamos este momento para atrair outros a Cristo Jesus. Fazemos deste momento um momento histórico, tanto para a pessoa que é batizada quanto para os irmãos do grupo, pois não podemos ficar indiferentes com a festa que acontece nos céus. Por muitos anos pessoas eram incluídas em Cristo sem um envolvimento maior dos irmãos da igreja na casa e perdemos muito com isto. Deus não iria perder tempo mobilizando os céus em festa em algo que não seja tão importante. Da mesma forma nós temos que nos alegrar profundamente quando alguém é incluído em Cristo.

No amor do Senhor,
Edmar Gomes Ferreira
Ji-Paraná/RO

(69) 421-4991 

(texto extraído do site da igreja em Ji-Paraná: www.igrejaemjiparana.com.br/)

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